Segundo Guilherme Susteras, coordenador do grupo de trabalho de geração distribuída da ABSOLAR, setor de energia solar será fundamental no processo de recuperação econômica do país após a pandemia ser superada
Por Ricardo Casarin
Medidas para garantir que distribuidoras cumpram prazos de análise de processos de geração distribuída (GD) e a manutenção de acesso a linhas de créditos são pontos importantes para o setor de energia solar durante a pandemia de coronavírus, avalia Guilherme Susteras, coordenador do grupo de trabalho de geração distribuída (GT GD) da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).
“Durante essa crise, é necessário tomar cuidado com algumas coisas. Temos relatos de que algumas distribuidoras têm descumprido prazos em função da pandemia. A Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] tem que ter atenção para que não ocorram abusos”, aponta Susteras. Ele avalia que também é fundamental que o fluxo de financiamento seja mantido nos custos anteriores ao atual cenário. “O setor não depende de recurso público. Não queremos dinheiro, só que sejam mantidas as regras e o incentivo aos bancos.”
O executivo defende que o encaminhamento da revisão da Resolução Normativa 482, referente a micro e minigeração distribuída, seja definido para dar mais segurança ao mercado. O tema também é alvo de discussões no Congresso. “Isso daria mais segurança ao setor e impulsionaria a criação dos empregos necessários após a quarentena. Na atual situação, não será possível definir ainda no primeiro semestre, que era a ambição original da Aneel. Mas acho que vai ganhar uma urgência na tramitação, é um tema muito bem maturado no legislativo. A expectativa é que, uma vez que entre na pauta do parlamento, faça uma trajetória rápida.”
Susteras afirma ter certeza que o setor de energia solar será fundamental no processo de recuperação econômica do país após a pandemia ser superada. “Não tenho dúvidas, é um setor importante na criação rápida de empregos bem remunerados e difundidos em todo o país. Há demanda reprimida e pessoas que querem investir em geração distribuída ou compartilhada. É uma grande oportunidade gerar arrecadação impulsionar a economia.”